“Isso não é um show, mas sim uma experiência.”, anunciava Josh Grant, da Sound Seekers, na abertura das apresentações da Isla Vista Worship, Montell Fish e Ecclesia, em Recife (28.01.20). E, de fato, era o que a noite reservava. Por trás daqueles jovens que fazem músicas descoladas estavam servos. Rejeitando estrelismos, cada um que subia ao palco, abria o coração para falar de seus pecados e fragilidades. Mas, com olhos bem fixados no alvo, claramente demonstrava que estava cumprindo uma ordenança.

Posso estar enganado, mas acredito que um movimento de renovação no chamado “Worship”, não acontecia desde o boom das novas versões da Hillsong. Contudo, aqui se trata muito mais que música. Fala-se de arte, de cosmovisão mas, principalmente, de devoção. Não são apenas composições bonitas, há histórias por trás delas que podem até ser desconfortáveis como as que foram ditas no palco recifense. Eles fizeram questão de falar sobre a maioria delas, afinal não era apenas diversão, era edificação. Por isso que a noite não era de um show, mas uma experiência espiritual para aqueles que estavam abertos a vivenciá-la através da música.

Além da devoção, havia humildade. A simplicidade de se misturar com o público enquanto não estava no palco. Da foto mesmo que apressada com o horário do voo. Da disposição para conversas e troca de experiências. Isso separa estrelas de servos.

Falando sobre as apresentações, mesmo que rápidas, foram satisfatórias. A Isla Vista Worship iniciou a noite e focou nas faixas do disco “Soul Hymns”, de 2019, encabeçado pelo talentoso Mark Barlow. Sendo uma comunidade de missionários e músicos, sua proposta é intervir na comunidade local através da fé e da música. Faixas como 814, Captures, So In Love, My Portion e a famosa Dancing On The Moon (depois de intensos pedidos) estiveram no setlist para a alegria dos fãs. IVW é um sopro de originalidade no atual worship.

Mark Barlow , da Isla Vista Worship, interpretando excelentes faixas do disco “Soul Hymns”, de 2019.

Montell Fish chegou com toda energia contagiando o público com Holding Me Down, mas também emocionando com Wonderful God. Seu testemunho foi um destaque à parte da performance. Se você ainda não conhece o trabalho dele, fica a sugestão de ouvir “Bedroom Gospel” (2017).

Montell Fish animando e emocionando o público com sua música e testemunho.

Mais esperada da noite, Ecclesia subiu ao palco inflamando o público com sua mensagem missionária e trazendo faixas já clássicas como: Una Sola Sangre, Excellence, Radical, We Could Be The Ones e, claro, a novíssima Batizado Com Fogo. Essa última sendo uma versão em português feita pela própria banda para Baptized in Fire. A canção instigou o público com sua inconfundível batida e, certamente, também pelo carinho da tradução. Ecclesia é, sem dúvida, um marco na música cristã. A inventidade do grupo reúne adoração, fidelidade às Escrituras e uma criatividade singular. Mais que uma banda, um movimento artístico, eles vão além da música, pois há um posicionamento despertador, uma relação inusitada com a arte para o meio cristão, e isso traz um fôlego de relevância e inspiração para a atual geração.

Andrew Padilla, da Ecclesia, trouxe experimentação e muita paixão ao palco recifense.

Ao final da noite, sorrisos, abraços e o coração leve com a certeza de ter vivenciado, na simplicidade daquele local, um pedacinho do que viveremos na eternidade.

Gratidão pela vida do Josh Grant, da Sound Seekers, por sua simplicidade e por deixar-se ser usado como ferramenta divina para transformar a vida das pessoas.

Josh Grant, da Sound Seekers, durante a turnê em Recife-PE, 28.01.20.

A turnê continua em Manaus (31.01), Belo Horizonte (02.02) e São Paulo (07.02). Acompanhe as redes sociais dos grupos e marque presença nesse momento histórico.

Sobre o Autor

Modernizar o passado é uma evolução musical.

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