Social Club Misfits

Social Club Misfits

A ideia inicial era apresentar para vocês o rapper Marty, por algum motivo ainda não muito claro fui cativado pelo álbum “Marty For President 2” lançado agora em 2020, bem no meio dessa pandemia que acabou frustrando todos os nossos rolês do ano. Acontece que as ideias mudam rápido demais, e quando sentei para escrever eu percebi que precisava também apresentar para vocês o parceiro do Marty, o Fern, só que ai não faria sentido falar dos dois sem citar o Social Club Misfits, e lá vamos nós.

 

RAP É O SOM

Apesar de me considerar uma pessoa muito eclética quando o assunto é “que tipo de música você gosta?”, é fato que alguns estilos musicais tiveram um protagonismo maior durante minha vida, e um desses estilos é o Rap. Se eu falar que já participei de um grupo de break dance você não iria acreditar, sorte é que na época não tinham smartphones que filmavam em 4k na mão da criançada, então o constrangimento é limitado e está só na memoria de quem viveu.

Mas sim, houve uma época em que eu escutava muito Rap, e Rap é complicado, não tem tanto essa segregação entre profano e sagrado, secular e gospel, os caras são amigos, todo mundo se fala, todos participam nos discos uns dos outros, é muito “feat.” pra pouca track. Então eu que comecei no aprisco com Dj Alpiste, Provérbio X e Apocalipse 16, quando assustei estava andando com camisa do Sabotage, sabia Racionais de trás para a frente, cantava RZO e admirava muito o MV Bill pela forma como ele transitava do underground pro mainstream sem se corromper pela fama.

O tempo passou, e o Rap foi ficando cada vez mais no passado, sempre pintava vez ou outra mas acabei voltando para o rock, para o metal, tive umas bandas, tenho algumas outras hoje, mas é assunto pra outro post. O que quero dizer é que tenho ainda uma memoria afetiva muito forte pelo estilo e esse gosto musical aflorou novamente na primeira vez que escutei o som do Marty.

MARTY

Martin Lorenzo Santiago nasceu em 87 e é um talentoso artista cristão envolvido na cena de hip-hop dos EUA. Ele tem dois álbuns, o primeiro lançado em 2015 que foi despretensiosamente intitulado de “Marty For President”, álbum que alcançou marcas expressivas nos ranks da Billboard e nas rádios chegando a ficar em primeiro lugar na categoria de álbuns cristãos mais escutados e em 7ª colação entre os  álbuns de Rap (geral). O segundo trabalho dele é o também “Marty For President”, só que “2” agora. O som do Marty me lembra muito o que o Dj Alpiste faz por aqui, é um rap mais família se é que existe um rap não família. O instrumental é bastante fluido e conta com uma variedade de elementos que deixam o as batidas mais leves e com melodias e harmonias super agradáveis, é aquele tipico som que toca na festa e levanta todo mundo.

FERN

Marty tem um amigo porto-riquenho chamado Miranda, Fernando Miranda, no Spotify você vai encontrar ele por Fern ou melhor, F.E.R.N. que por sua vez tem um som bem mais pesado que o de seu amigo, pesado em ambos sentidos, carregado de indignação e muita fúria no vocal, batidas fortes e uma levada bem direta ao ponto – para quem também curte Rap Nacional, lembra um pouco mais os artistas que me referi no começo do texto. Não chega a ser um lance ‘rap gangster’ mas é mais “sério” no sentido musical da palavra.

SOCIAL CLUB MISFITS

Um belo dia, Marty e Fern se juntaram e  resolveram lançar o notável Social Club Misfits. O som que eles fazem juntos me lembra um pouco o som que o The Black Eyed Peas fazia no auge de sua carreira. Eles misturam de tudo um pouco, existe um apelo latino muito forte nas produções, o som tem um pouco de TRAP, Salsa, Funk e Swing. Os nomes que eles conseguem convidar para as participações especiais renderiam um post a parte, só gente carimbada de talento que agrega mais valor ainda. A produção audiovisual é um outro ponto que merece destaque.

Foi muito bom conhecer o Marty que me levou ao Fern que me fez chegar ao Social Club Misfits. Essa jornada me fez ter boas lembranças da adolescência, de amigos que não vejo a muito tempo, de amigos que já partiram e porque não dos passinhos de break dance que não me atrevo a repetir nem por muito dinheiro em troca. Ainda estou digerindo todo o trabalho desses dois super talentosos artistas que fazem um Rap Cristão de extrema qualidade e com letras confessionais que passam longe do clichê mercadológico. 

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