Mesmo tendo seu álbum de estreia com o self-titled de 1998, particularmente (e acho que para outras pessoas também), a carreira da Metal Nobre começa com o disco Revelação, de 1999.

Oriundos do Distrito Federal, terra ícone do rock nacional, o grupo do vocalista JT, configura entre os principais nomes no rock gospel do início dos anos 2000. Mesmo não tendo a mesma visibilidade de seus contemporâneos como Oficina G3, Resgate e Fruto Sagrado, quem conheceu a Metal Nobre nessa época, foi agraciado com canções preciosas.

Mesclando rock com blues, hard rock e até pitadas de metal, o grupo traz um trabalho consistente como pode ser visto nesse disco de “estreia”, Revelação.

Excelente do início ao fim, faixas como “Esperar em Deus”, “Louvai” e “Jerusalém”, são saudosas e cheias de autoridade. Letras simples, mas profundas, Revelação traz baladas e canções instigantes que mostram a versatilidade do grupo.

Além disso, quem já teve a oportunidade de ver uma apresentação deles, deve concordar com a simplicidade e carisma da banda. Com uma paixão ardente pelo Evangelho, JT praticamente faz do show um culto tal qual na igreja e isso potencializa o prestígio do grupo de forma singular.

Infelizmente esse disco não está presente nas plataformas de streaming, apenas em sua versão ao vivo. Mas, mesmo assim, vale a pena conferir.

Esperar em Deus, traz a pegada hard rock e já sinaliza a consistência do grupo. Falando sobre os desafios da vida cristã, o tom confessional se faz presente: “Esperar em Deus é muito mais que sonhar. Viver na cruz é ter que se entregar”. O destaque também vai para a “virada + solo” que tem na metade da faixa. Muito boa!

Louvai traz a primeira balada do álbum. Bela e bastante emotiva, a faixa é convite à persistência e à confiança em Deus. Na mesma linha, o clima se torna ainda mais dramático com Lágrimas, fazendo menção à crucificação de Cristo.

Voltando ao hard rock, a faixa título, Revelação, defende a volta de Jesus:

“Vivo está, eles dizem que não
Em sua promessa seu povo ainda crê
Toda justiça do trono celestial
Em uma nuvem Ele virá”

Transformar corinhos de igreja em versão de metal é com eles. Jeová mostra isso. O vocal do JT contribui bastante para essa pegada. Curta, mas poderosa!

Retornando às baladas, Amor e Vida é bem legal, mesmo não sendo uma das minhas preferidas. Na época costumava pular essa faixa. Mas vale a pena conferir.

Instigante é Vida em Cristo. Investindo ainda mais no hard rock, mas com um toquezinho progressivo, a canção conta a história de quem é impactado por Cristo.

Chegando a reta final do álbum, Renasce é mais uma balada na linha de Louvai e Lágrimas. Gosto bastante dessa, pois seu embalo é contagiante, conduz o ouvinte ao sentimento da canção. Mais básica, Doce Unção é uma faixa de adoração facilmente cantada em igrejas. É apaixonante.

Finalizando com uma verdeira pérola, Jerusalém é uma das melhores faixas do grupo. Digna de fechar shows com chave de ouro, o hard rock/metal é elevado e faz você cantar como um verdadeiro headbanger.

Assim, se você foi da época, é massa celebrar os 20 anos desse disco incrível. Se você não conhecia, mergulhe na discografia deles, pois certamente você irá acrescentar faixas em sua playlist de rock nacional.

Sobre o Autor

Modernizar o passado é uma evolução musical.

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