“A vida é pesada, porém ela não para. A vida é frágil, porém ela não vai desistir.”

Talvez essa seja a mensagem que mais me marcou ao escutar esse último trabalho do nosso conhecidíssimo John Mark McMillan. E se fosse para definir Peopled With Dreams em uma só palavra eu diria: feliz.

Devo lembrar a vocês que chamo de Pseudocrítica esse breve relato, pois não sou capaz de opinar canção por canção, mesmo tendo as minhas favoritas. E também não sou capaz de opinar se as guitarras eram muito mais cruas e metálicas na época de Economy, ou se as canções soam menos interpretativas do que Borderland.

John Mark McMillan sempre tem uma capacidade ímpar de nos surpreender e com Peopled With Dreams não seria diferente. É claro que, talvez (eu digo talvez), o lado mais worship contemporâneo intimista, presente desde The Medicine (o pai de How He Loves) não apareça tanto aqui. Mas isso é muito bom, diga-se de passagem. John passeia por onde quer e faz isso com exímia maestria.

As composições estão “cristoncentricamente” mais expositivas. Quem em sã consciência conseguiria compor um diálogo entre Jesus e João Batista encontrado em “Cousin John”, terceira faixa do álbum? Aliás, a junção introdutória de baixo + sax nunca foi tão lindamente bem executada.

Claro que não perdemos a essência McMillan de compor coisas para fritar nossas vãs cabecinhas. “Juggernaut” brinca com uma verdade dos nossos corações enquanto nos contra-analisa com um personagem de quadrinhos da Marvel e “Hammering Heart” (sinto arrepios quando a música chega ao seu fim na repetição instrumental) mostra uma espécie de cadeia hierárquica de domínio entre as criações, mas que no fim de tudo, sempre se rendem ao Criador.

Como compositor, esse cara merece o Tocantins inteiro antes de ser desmembrado de Goiás em 1988.

Preciso terminar essa Pseudocrítica dizendo, com veemência, que esse álbum corre o risco de ser considerado um dos melhores do ano, mesmo ainda caminhando para o terceiro mês desse simpático 2020. Peopled With Dreams é um disco rápido, sincero e com uma capacidade incrível de arrancar risos e choros.

P.S: A arte da capa é estranhamente divertida e feliz. Mais um ponto pro Tio John.

Resultado de imagem para peopled with dreams

Capa do álbum Peopled With Dreams

 

Sim. “Juggernaut” é minha favorita.