August Burns Red – Guardians

Em meio a crise do coronavírus, fomos bombardeados com Guardians, o mais novo álbum da respeitada August Burns Red. Esse é o 9º trabalho de estúdio da banda, que já vinha trabalhando em novas composições desde março de 2019. O lançamento oficial aconteceu em 3 de Abril de 2020 pela Fearless Records, atual gravadora de grandes bandas como Underoath, Volumes e Pierce the Veil. A produção musical ficou por conta de Carson Slovak e Grant McFarland.

Mesmo depois de 17 anos ininterruptos, a ABR vem a público demonstrar mais uma vez o porquê de serem considerados uma das maiores referências do gênero. Apesar de ser mais um álbum de metalcore nesse cenário musical já tão saturado e experimentado, mesmo sem inovar muito, Guardians demonstra um nível de maturidade muito alto em todos os aspectos. Esse trabalho pode não simbolizar uma quebra de paradigmas ou não ser um disco que mais tarde será lembrado como um dos melhores do grupo, mas é com certeza um álbum muito conciso e repleto de boas composições.

Com uma boa recepção da crítica especializada, podemos dizer que Guardians é um dos álbuns mais pesados dentre os outros oito lançados pela banda até o momento. Não é de agora que a ABR flerta com a ala mais “progressiva” do metalcore – complexos riffs de guitarra, rápidas viradas de bateria em sincronia com as cordas e alguns pequenos solos de guitarra estão no lugar de sempre.

Como era de se esperar os breakdowns característicos do estilo se perpetuam praticamente todas as faixas; a mixagem das músicas deixa bem claro que essas ‘quebradas’ foram pensadas e colocadas com muito carinho  com um único propósito: destruir tudo com uma carga de graves e mudanças rítmicas insanas. Os shows da turnê desse disco serão incríveis, porém é uma pena pensar que, certamente, eles só aconteçam após toda essa pandemia passar e pelo andar da carruagem pode ser que isso só ocorra em 2021.

August Burns Red – Defender

Já nas duas primeiras semanas de lançamento, Guardians alcançou o topo das paradas da Billboard, chegando a ficar em primeiro lugar no chart dos álbuns de música cristã nos EUA. Não que essa colocação valide a qualidade do trabalho, mas é interessante notar quando postos diferentes são alcançados, nesse caso, tanto no meio cristão quanto no meio secular.

Rank Billboard (consulta em 04/2020) Posição
US Christian Albums (Billboard) 1
US Top Hard Rock Albums (Billboard) 2
US Top Rock Albums (Billboard) 4
German Albums (Offizielle Top 100) 24
US Billboard 200 53
August Burns Red – Bones

Esperança, Perseverança e Fé.

Por se tratar de uma banda que deu seus primeiros passos entre as bandas estritamente cristãs, depois de alcançar o mainstream e ser reconhecida no cenário secular, sempre fica aquela dúvida se eles se mantem firmes em suas convicções ou se romperam com o passado como várias outras fizeram. Mesmo que na maioria das vezes cheio de simbolismos e alegorias, as letras da ABR continuam trazendo uma mensagem clara, positiva e cheia de esperança.

Levando em consideração todo o conjunto da obra, podemos dizer que a August Burns Red conseguiu manter o nível de excelência do seu último trabalho: Phantom Anthem. Guardians vem de maneira sólida acalentar a todos os fãs do gênero com uma bela amostra de técnica afiada, excelentes arranjos aliados à uma mensagem inspiradora de perseverança e fé que vem muito a calhar com os tempos atuais de muita incerteza, caos e medo.

 

A monster’s legacye ends the day he dies.

The man never forgotten is the one who’s crucified.

Help those in need and you’ve said more than your words will ever say

August Burns Red – Lighthouse


Review: August Burns Red - Guardians
Guardians é mais uma prova do porquê a August Burns Red é ainda um dos ícones do metalcore mundial.
ARRANJOS73%
BREAKDOWNS 100%
AGITA O MOSH PIT81%
LETRAS E MENSAGEM82%
ARTE DA CAPA68%
LEGADO PRO METALCORE67%
Melhores Faixas
  • Bones
  • Lighthouse
  • Bloodletter
79%Geral
Avaliação do Público: (8 Votes)
73%

Sobre o Autor

“A arte vence a monotonia das coisas assim como a esperança vence a monotonia dos dias.” ― G.K. Chesterton

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