Não lembro onde eu estava no mundo da internet em 2004, inclusive, nem sei se já “navegava” nessa época, mas uma coisa é certa: como eu gostaria de presenciar o lançamento desse disco.

A primeira vez que eu ouvi Glory Thy Name eu fiquei emudecido. Fã de Power Metal desde a adolescência, a sensação ao ouvir o disco foi de completo êxtase. Quanta técnica, quanta energia, quanta qualidade. Mesmo com seus 15 anos de vida, o álbum de estreia da Divinefire continua com um frescor impressionante. Acredito que isso é um sinal de quando algo se torna um clássico.

Não sei qual a intenção do Christian Liljegren (Rivel, na época), Jani Stefanovic e Andreas Olsson em montar a banda, talvez eles não tinham a noção de que Glory Thy Name se tornaria um marco no metal cristão e um disco de respeito na comunidade secular.

Divinefire (esquerda para direita): Jani Stefanovic (Guitarra, teclado, bateria e programação | Christian Rivel (Vocal) | Andreas Olsson (Baixo)

Inspirado na mensagem do Apocalipse, Glory Thy Name começa com a narração do trecho de Ap 1:17-18 por ninguém menos que Eric Clayton (Saviour Machine) e o restante é porrada atrás de porrada com a virtuosidade de guitarras, teclados e baterias. Falando em guitars, o disco contou com a participação de Torbjorn Weinesjo (Veni Domine), Pontus Norgren (Talisman) e Carl Johan Grimmark (Narnia). Tanto talento junto não poderia resultar em algo de baixa qualidade.

Ainda falando da sonoridade, a banda trouxe a inovação pra cena ao unir Power/Melódico/Neoclássico com toques de Death Metal. Os guturais ficaram por conta do Hubertus Liljegren, irmão mais novo do Christian, que participou de todos os discos da Divinefire, exceto em Hero. Além da discografia, ele também esteve presente em The Calling, da Audiovision, The Great Fall, da Narnia, e ainda foi membro da Crimson Moonlight, Pantrokrator, Sanctifica e Oblivion.

Com a mensagem do Evangelho escancarada como sempre, o álbum termina com a épica The Sign e seus 10min cravados. A faixa aborda a dualidade da mente humana entre a fé e a dúvida. A batida forte traz a tensão, mas o duelo vocal entre os irmãos Liljegren deixa a canção ainda mais dramática. The Spirit é praticamente uma leitura bíblica. Fredrik Sjoholm e Eric Clayton se dividem na narração de várias passagens do livro de João (14:13-16; 14:17-19; 14:20; 3:16-17) ao longo dos seus minutos.

Enfim, um disco que passará de geração em geração não apenas por sua qualidade técnica, mas, principalmente, pela força da mensagem que ele carrega.

Membros
Christian Rivel – Vocal
Jani Stefanovic – Guitarra, teclado, bateria e programação
Andreas Olsson – Baixo

Convidados
Torbjorn Weinesjo, Pontus Norgren e Carl Johan Grimmark – Guitarras
Fredrik Sjoholm – Vocal
Hubertus Liljegren – Gutural
Eric Clayton – Narração