Tem certas músicas que são verdadeiras devocionais como é o caso de “Senhor do Tempo” do Paulo César Baruk. Em um tom confessional, Baruk fala das nossas fraquezas e do estilo de vida nocivo que muitos que nós vivemos.

Todos os dias corremos contra o relógio. Parece que o despertador é um tiro de largada para o nosso eu-corredor. Abrimos mão de tantas coisas, fazemos escolhas equivocadas e vamos substituindo o necessário por desejos insaciáveis.

O que nós queremos alcançar? Onde queremos chegar? Estamos nos sacrificando pelo que ou por quem? A sociedade nos põe um peso de responsabilidade sobre nossas vidas. Somos responsáveis pelo nosso sucesso ou fracasso. Se seremos vencedores ou perdedores, isso depende de nós, do nosso esforço. Mesmo que o contexto seja contrário às oportunidades, precisamos batalhar porque só os mais fortes sobrevivem, não é mesmo?

E engana-se quem acha que essa correria e cobrança se restringe a nossa “vida secular”. São incontáveis aqueles ativistas de igrejas que criam e se envolvem em uma imensidão de atividades na falsa ideia que assim estão adorando ou servindo mais a Deus e a seus irmãos. Se envolvem tanto com a obra de Deus que se esquecem de ter um relacionamento sincero e profundo com o Deus da obra. Eles se esquecem que a vida e a adoração vão muito além do contexto eclesiástico.

E assim, esse ritmo frenético vai nos consumindo. O mundo grita para que tudo seja rápido, seja “fast-food”, nos fazendo passar os dias com aquela sensação de enfado, de “correr atrás do vento”, como diria Salomão.

Daí me vem à memória o conselho do Pr. Sergio Lyra:

Experimente praticar este paradoxo: Quando tiver mais coisas do que você normalmente tem para fazer, reserve mais tempo para orar.

Para ele, a oração não é uma questão de tempo, mas de prioridade de tempo. “Ao orarmos, além de obtermos o oxigênio espiritual para nossas almas, declaramos a nossa total dependência de Deus”, diz ele. Creio que esse dever ser um raciocínio que norteie nossas vidas: buscar de Deus aquilo que mais necessitamos para fazermos não as melhores escolhas, mas as escolhas certas.

É preciso reavaliarmos posturas e crenças.




Eu busco tempo para tantas coisas
São tantos planos para pouco tempo
Em meio a tudo o que exige tempo
Eu já não tenho tempo pra falar com Deus
Eu me disponho para o trabalho
E sem notar eu perco o horário
Só resta tempo pra fechar a porta
Pra tudo que na realidade importa

Não tenho tempo para descansar
Rever amigos e conversar
Já não consigo me assentar a mesa
E alimentar o que a alma almeja
E quando eu quero viver o tempo
Tal fumaça some num momento
E antes que tudo perdido esteja
E antes que tarde demais eu perceba que

Ganhei meu mundo
Perdendo a alma
Tentei de tudo
Me vi sem calma
Busquei tão longe
Quando tão perto
Teria tudo do jeito certo
Vem ser o Senhor deste mundo
Vem ser o Senhor da minha vida
Em todo tempo, Deus

Não tenho tempo para descansar
Rever amigos e conversar
Já não consigo me assentar a mesa
E alimentar o que a alma almeja
E quando eu quero viver o tempo
Tal fumaça some num momento
E antes que tudo perdido esteja
E antes que tarde demais eu perceba que

Ganhei meu mundo
Perdendo a alma
Tentei de tudo
Me vi sem calma
Busquei tão longe
Quando tão perto
Teria tudo do jeito certo
Tentei de tudo
Vivi sem calma
Busquei tão longe
Quando tão perto
Teria tudo do jeito certo

De que vale a um homem
A qualquer homem
Ganhar o mundo inteiro
E por inteiro se perder

Ganhei meu mundo
Perdendo a alma
Tentei de tudo
Me vi sem calma
Busquei tão longe
Quando tão perto
Teria tudo do jeito certo
Vem ser o Senhor deste mundo
Vem ser o Senhor da minha vida
Em todo tempo (…)