Strahan na série Fora da Caixa

Eis que nesse ilustríssimo ensolarado 03 de janeiro de 2017, o Apenas Música apresenta a continuação da série Fora da Caixa Parte Dois. Sim, eu sei que estamos atrasados. Sim, eu sei que quase ninguém lembra da proposta que começou com a postagem do NF cerca de dois meses atrás. Sim, eu sei de tudo isso e mais um pouco, caros correligionários. Mas antes tarde do que nunca, não é mesmo?

E hoje vamos falar do folk que aprendi a gostar de uns anos pra cá. Os grandes precursores para isso foram, muito mais por um single só do que pela carreira, o britânico James Blunt (com Wisemen, que se eu escutar já invoco os ninjas cortadores de cebola) e o simpático Jason Mraz (com I Won’t Give Up, muito mais bíblica que algumas canções rotuladas por aí). E acredito que meu preconceito inicial de anos atrás tenha sido devido ao estilo remeter à climas mais alegres e contagiantes, em uma fase que procurava por músicas mais invernais e intimistas. Essa fase ainda continua um pouco, só pra constar.

Quero agradecer meu melhor amigo de 2016, mais uma vez, meu parceiro, meu fechamento, meu amigo de todas as horas: o Spotify. Foi graças a ele que conheci o nominal dessa postagem numa playlist engraçada e despretensiosa que tem por nome Not your Mother’s Christian Music. Vale a pena inclusive darem uma checada, pois tem coisa muito boa por lá.

O primeiro contato que tive com o Strahan foi através de Deliverance do albúm Posters, seguindo a linha canção agitada e alegre, recheada de percussão, letra despretensiosa e cheia de firulas com a segunda voz. Curti logo de cara, soava bem verão, bem outono, bem primavera, e se refletisse bem, bem inverno também. A graça da vida está em achar essa músicas atemporais.

Músicas vem, músicas vão, a minha sede por conhecer outras coisas além do que a playlist podia me oferecer, fez com que ele passasse um tempo na minha geladeira musical até eu me deparar, nem sei por qual motivo, com outras duas obras: Daily Breaddo mesmo álbum já mencionado acima, e Feel the Night, a enérgica cereja do bolo do EP que leva o mesmo nome.

Foi aí que me dei conta de que se tratava de um poeta. Strahan nada mais é do que um poeta. Invocando um folk salmista que fala de coisas velhas, coisas novas, que olha para a natureza em busca do divino, lutando com a verdade assim como, insistentemente, a maré clama por chegar a costa. Aleluias. Lamentos. Morte. Vida. Tudo isso pode ser bonito.

Essas palavras todas não são minhas, só para ficar claro. São do cara. E ele mesmo se intitula como Psmalmist, Storyteller, Traveller. Numa tradução mais fiel: Salmista, Contador de Histórias, Viajante. E acho que por aqui eu não preciso mais destrinchar nada a respeito do trabalho do Strahan. Acredito que seja interessante você conhecer por si só, entrar no período de poesia e reflexão, mergulhar no atemporal das verdades. Essas sim são palavras minhas (não tão boas, eu concordo).

Uma nota apenas: Eu comprei uma gaita bem dizer por causa do trabalho dele. Achei fantástico o modo que ela se encaixa nas melodias e me incentivou a adquirir uma harmonica. Ela está lá, guardadinha ainda. Quem sabe esse 2017 me ajude.




 

 

Sobre o Autor

John Perkins disse certo: O amor é a luta final.

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