A alguns dias atrás tive a oportunidade de ir ao último show da banda Catedral em Belo  Horizonte, que foi também um dos últimos shows da carreira da banda, já que eles planejam encerrar definitivamente as atividades em Dezembro de 2016.

E antes que alguns estranhem, Catedral se encaixa naquele quadro das primeiras bandas que a gente conheceu e gostou sem ter muito motivo, por mais que hoje em dia o som da banda já não seja lá um dos meus preferidos; tenho uma gratidão imensa pelo que eles me ofereceram durante muito tempo, principalmente em uma época em que rock na igreja ainda era polêmico e a gente não tinha acesso a essa multidão de bandas na internet quase implorando para que você dê uma olhada no som deles. Sou da época que as pessoas  trocavam fitas k7 com os amigos, gravava música no rádio no meio das propagandas e tudo mais e ainda pegava ônibus para ir no centro da cidade na única livraria cristã que existia na esperança de encontrar algum lançamento.

banda-catedral

Banda Catedral

Em outra oportunidade quero comentar um pouco sobre toda a trajetória da banda, são quase 30 anos de história, vários discos lançados, muita polêmica,  idas e vindas no mercado, enfim, são 30 anos de carreira… por hoje vou comentar um pouco do que achei da apresentação ao vivo da banda nesse show de despedida em Belo Horizonte.

O evento aconteceu no dia 8 de Outubro/2016 na casa de shows Music Hall, um espaço agradável para eventos de pequeno/médio porte em BH. O evento que estava marcado para começar as 21 horas começou com 35 minutos de atraso e não teve banda de abertura.

Ver a banda executando ao vivo as poucas músicas que eu sabia dos meus tempos de Catedral já valeu muito a pena ter saído de casa, rolou “Terra de Ninguém”, “Um Novo Tempo”, “Revolução”, “Chame a Deus”, “Para todo mundo” e “Quando o Verão Chegar”, e das mais novas eles tocaram”Quem disse que o amor pode acabar”, “O dom de amar” e “Eu quero sol nesse Jardim”. Claro que senti falta de alguns “hinos” da banda como “Pedro Zé”, “Carpe Diem” “O Sentido” e “Silêncio”. A verdade é que além de ser um show de despedida, tratava-se também da turnê do álbum “Música Inteligente Ao Vivo” que eles lançaram recentemente, então as músicas que eles tocaram foram as que estavam ensaiadas para esse álbum.

Kim sempre muito irreverente, tirou um momento no meio do show para conversar com a galera, e em seu “carioquês” autêntico, falou de política, bradou sobre a corrupção  e depois filosofou de política e corrupção misturado com religião. Foi interessante e a galera respeitou o que ele disse, muitos sem concordar, mas enfim, foi o momento dele desabafar um pouco, faz parte da despedida.

O público compareceu em bom número, a divulgação ficou mais restrita às redes sociais e o resultado foi até bom; os ingressos estavam sendo vendidos por 100 reais (inteira) e 50 reais (meia entrada) sendo que na compra de uma inteira ganhava uma cortesia para acompanhante; a casa não estava super lotada, mas para se ter uma noção, tinha mais ou menos o mesmo público do show do Skillet (banda cristã dos EUA), que aconteceu a pouco tempo atrás no mesmo local, mesmo horário e com uma produção e divulgação muito maior.

Concluindo, valeu a pena sair de casa naquele sábado chuvoso para conferir a última apresentação do Catedral em BH. Se você ainda está em dúvidas e tem a oportunidade de prestigiar os caras ai em sua cidade, não perca essa chance, raramente a gente se arrepende por ir em shows, e esse foi mais um que eu não me arrependi. Boas lembranças são dádivas!

Eles encerram o show com o último single lançado uma semana antes do show em BH, que é também na verdade a última música nova da banda. Confira abaixo o clipe da música “O Labirinto de Fausto” (daquelas músicas em que a letra é tão boa, que tanto faz a música).




A banda se despede deixando um legado de 20 álbuns de estúdio, 6 álbuns ao vivo, 1 EP e 6 compilações lançados por 8 gravadoras diferentes, entre elas a MK Music, Warner Music e Sony Music; várias músicas que marcaram gerações e ainda estão na ponta da língua de muita gente. Já se sabe que Kim e Júlio vão continuar um projeto paralelo em 2017, mas ainda não temos muitas informações sobre isso e também já é assunto para outro post.

Sobre o Autor

“A arte vence a monotonia das coisas assim como a esperança vence a monotonia dos dias.” ― G.K. Chesterton

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