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Lembro bem quando conheci a Narnia. Um amigo me apresentou o disco “Long Live The King” e simplesmente fiquei encantado a começar da capa. Naquela época, o acesso a internet era muito  limitado e cada faixa ou descoberta sobre a banda era motivo de festa.

Como amante de Power/Melodic Metal, a Narnia tinha (e ainda tem) a capacidade de me transportar para um universo “mágico” carregado de emoção, materializando muito do imaginário do mestre C.S. Lewis. E assim, fui me viciando por todos os trabalhos da banda, ao ponto de fazer questão de querer ter camisetas e todos os discos físicos.

Sua discografia é fantástica e marcaram muito minha vida: “Awakening” (1997) com as sensacionais “Break the Chains” e “Time of Changes”; o neoclássico “Long Live The King” (1998) trazendo as preciosas “Living Water”, “The Lost Son”, “Dangerous Game” e o hino “Long Live The King”; o instigante Power Metal em “Desert Land” (2000) com “Inner Sanctum”, “The Witch and The Lion”, “Walking The Wire”; o dramático “The Great Fall” (2003) que, apesar da sua capa nada atraente, reserva pérolas como “The Countdown Has Begun”, “Judgement Day” e a épica “The Great Fall of Man”; Já em “Enter The Gate” (2006), lembro que a reação foi diferente. Inicialmente eu não gostei do álbum por ser bastante progressivo e moderno, contudo, depois de várias audições, fui digerindo ele melhor e vendo a beleza em “Into This Game”, “People of the Bloodred Cross”, “Another World” e a sensível “The Man of Nazareth”. Até aí, a Narnia abrilhantava sua discografia mostrando diversas fases e texturas que revelavam todo o potencial da trupe do Christian Liljegren.

Eis que a banda resolve parar suas atividades, ou melhor, o Rivel decide sair do grupo e aquilo fez meu coração estremecer. Uma das bandas mais fantásticas de todos os tempos e da última semana estava chegando ao fim e eu não estava sabendo lidar com aquilo. Anos se passam e, em 2009, o grupo lança o “estranho” “Course of Generation” com Gérman Pascual nos vocais.  Para ser objetivo, não acho esse disco ruim, mas definitivamente não é a Narnia. Pode colocar o nome de qualquer outra banda no lugar que vai soar bem, mas não como a Narnia. Valeu a tentativa, mas ele não colou nem pra mim nem pra muita gente, não à toa, a nova formação não foi pra frente.

Voltando ao limbo musical, nos anos seguintes houveram vários rumores que a banda retornaria com sua formação original e eis que em 2016, surge o self titled “Narnia”. A mão do mouse chega tremia para clicar no play desse disco. Então, vamos a ele:

Ouvir a intro de “Reaching of The Top” é como se estivesse escutando “The Witch and The Lion”. A guitarra é tão semelhante, o refrão é tão chiclete que, cara, quase que os olhos suam! Aquilo era a Narnia das raízes! Uma excelente abertura.




 

Confesso que quando “I Still Believe” começou a tocar, deu aquele arrepio hahaha. Que introdução fantástica! Era a Narnia mostrando que continua especialista em Melodic Metal de alto nível. O refrão “I still believe in the Maker
One by one, we all must bow down / I still believe in the Father, the Son and the Fire / Burning on, I still believe” vai ecoar na minha mente por muito e muito tempo. E sabe o que é mais massa? É saber que a fé dos caras continua forte e nítida para qualquer um ver. Isso é muito bom nos tempos tão melindrosos que vivemos.




 

Depois de duas faixas porradas, “On The Highest Mountain” me transporta para a atmosfera “medieval” de “Long Live The King”. Melódica e progressiva, ela traz um louvor fantástico e um refrão forte e emocionante.

Falando em emoção, o que é “Thank You”?

Thank You for creation
Thank You for Your grace
Thank You for the blood, shed upon the cross
For showing us Your way, The way

Progressiva, dramática e digna de nos levar às lágrimas, ela é uma extraordinária oração de gratidão a Deus por todo o seu poder, graça e misericórdia em nossas vidas.

“One Way to The Promisse Land” traz “Awakening” de volta com mais um refrão muito bem construído. De semelhante forma é “Messengers”que cumpre sua função de balada simpática.




 

Já “Who Do You Follow?” se apresenta bem “Enter The Gate” que, para mim, não é lá essas coisas todas, mas não deixa de ser uma canção interessante que arredonda bem a obra. “Moving On” segue a mesma linha.

Encerrando o disco temos “Set The World on Fire” que, pelo título, me lembra a saudosa faixa de abertura do primeiro disco da Divinefire. Essa canção tem o selo Narnia de qualidade com seu refrão backing vocal e finaliza o álbum de maneira satisfatória.

Depois desse mega textão posso concluir que Narnia (2016) poderia bem se chamar “The Return of Narnia”, pois revela não só a essência da banda como todas as fases vividas por ela em apenas 9 faixas. Como fã, me sinto altamente satisfeito com o resultado e glorificando a Deus por ter mantido a fé desses caras e renovado o talento criativo deles. Enfim, é um álbum que já entra para a majestosa discografia da banda com todo mérito!

 

REVIEW: Narnia - Narnia
Um verdadeiro "The Return Of Narnia"
Originalidade70%
Capa50%
Letras100%
Refrão Chiclete100%
Balada60%
Clipes60%
Melhores Faixas
  • I Still Believe
  • Reaching for the Top
  • Thank You
Não gostei de
  • Só 9 faixas? :,(
90%Total
Avaliação do Público: (6 Votes)
89%