O cantor paraense, Tiago Rocha, lança o primeiro projeto solo chamado Mágico de Nós com parcerias de amigos. O EP batizado de “Sonhos Lúcidos” mostra particularidades e experiências vividas pelo artista.

Era uma manhã tranquila. Céu meio nublado. Cara de que logo iria chover quando fui ao encontro de Tiago Rocha para conversar sobre o EP “Sonhos Lúcidos”. Um pouco retraído, o cantor falou que a ideia de começar um trabalho solo partiu em meados de julho de 2017, ao ser convidado para tocar em uma casa cultural da cidade de Belém do Pará. Após esta apresentação, ele resolveu gravar a primeira canção chamada “Regresso às tuas cidades”.

Antes de partir para a carreira solo, Tiago apareceu no Apenas Música com a banda Chuvas e Cataventos. Atualmente, o artista conta que sentiu a necessidade de se expressar solitariamente. “Eu queria passar coisas muito minhas, né. Coisas pessoais. São mensagem de autodesenvolvimento. E também, eu queria uma liberdade para falar um pouco mais sobre “essas cidades de mundos internos” se é que eu posso dizer assim. Em um grupo isso fica um pouco limitado. Obviamente, a gente consegue passar uma mensagem em comum. No entanto, nesse projeto solo eu posso falar de outras coisas e de fazes da vida que eu já passei com a minha própria linguagem”, diz ele.

Tiago Rocha, também, expõe uma forma de pensar bem interessante. Segundo ele, é consumidor de filosofias orientais. “Eu gosto muito de consumir filosofias orientais. Geralmente, uma boa parte dessas filosofias focam muito no mundo de dentro do ser humano, foi com esse projeto que comecei ter oportunidade para explorar essas ideias. Eu li um livro chamado “O cavaleiro preso na Armadura” algo assim. Essa historia fala que o personagem já tinha dentro dele a pessoa que iria salva-lo. Só que na realidade era ele mesmo. Ou seja, ele apenas precisava descobrir essa essência”, explica.

Curiosamente, perguntei como poderíamos interpretar um mágico em seu víeis artístico: “Eu posso dizer que essa questão do mágico ou de uma maga é uma essência que todo mundo têm. Eu acredito que cada ser humano possui uma centelha divina. Essa centelha, essa semente, é repassada por Deus. Mas, em algum ponto da vida, a gente acaba esquecendo o que nós somos e da onde viemos. A partir do momento que a gente começa a escavar e procurar essa semente, de uma forma muito natural as coisas começam a brotar. Nesse momento, surge a nossa natureza espiritual. Divina. Que é universal dentro da gente. Foi apenas um nome, sabe. Mágico ou maga. Mas, outras pessoas se expressam de outra forma. Por uma questão poética eu quis interpretar desse jeito e quis chamar de – mágico”, esclarece.

Há várias colaborações de amigos nesse projeto. Inclusive com a participação da Barbara Lobato. Aproveitando a presença dela perguntei como foi participar desse trabalho: ” Foi uma honra gravar pro Tiago. Eu pude explorar o meu lado compositora na guitarra e compartilhar as referências musicais de ambos. E meio engraçado, mas, eu e o Tiago temos ideias muito próximas. E, isso é muito bom porque a gente consegue dialogar bem. Sempre com a mesma mensagem que há um ser superior dentro de nós e que com isso a gente pode transcender. À medida que a gente se conecta vamos nos livrando de culpas e medos. Nisso, A gente acaba encontrando a nossa essência. Então, é sempre uma honra acrescentar e somar nos trabalhos do Tiago. Não apenas musicais, mas também, espirituais e ideias de vida”, comenta.

Por fim, não poderia esquecer da época de Chuvas e Cataventos. Questionei se a banda ainda existe e prontamente o cantor respondeu: “A banda ainda existe. Porém, não estamos em atividade. Claro que ainda é possível que ocorra algo futuramente. No dia que a gente retornar será uma grande festa. Por enquanto, agora, cada um está focado em seus projetos solos”.

Confira o EP de estreia do Mágico de Nós:

Sobre o Autor

Sou Jornalista, louco por música e apaixonado pela natureza.

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