Antes de dizermos algo, o título não foi uma piadinha intencional com o nome do Wilkes e nem o projeto que ele assina como WILKES e seu primeiro EP Wilkes. Confesso que até tentei, mas meu intelecto não funciona muito bem sob pressão. Pois bem, segue meu relato:

Há tempos que eu não assisto The Voice. Acredito que esse tipo de formato de programa musical, que iniciou há anos atrás e que revelou grandes nomes da música, infelizmente já ruiu. A última temporada completa que acompanhei, no qual o grande vitorioso foi o Time Blake, tem uns bons 4 anos.

Mas desde o ano passado eu me peguei assistindo as Blind Auditions e achei bem divertido apenas acompanhar essa fase do programa. Não ter um senso de julgo por parte dos técnicos, apenas a voz do candidato para apertamos o tão famigerado botão ‘I WANT YOU’, soa fantástico. E sem contar na especulação de quem vencerá ou passará para as próximas fases (para na maioria das vezes errar, diga-se de passagem). É a diversão de todo e qualquer pseudo-crítico de música. No caso eu mesmo.

E que isso tem a ver com o Wilkes? Não sei dizer. Ele participou da última temporada, entrou para o Time Blake, não chegou à final e ao escrever essa matéria me deu uma enorme não vontade de procurar até que fase ele foi, pois isso agora não importa. Wilkes acaba de lançar o seu primeiro EP solo e é uma honra falarmos sobre ele aqui no AM. Um som muito interessante de escutar e que combina com praticamente tudo.

Provavelmente o Baruque vai dizer que isso faz parte da minha seleção inconsciente de bandas de líderes ruivos, por eu gostar muito de The Almost e Seabird. Juro que é uma infeliz coincidência. Mas o fato dele ter cantado Needtobreathe em uma das fases da competição me fez pensar algo: “Se o American Idol conseguiu lançar uma galera que teve até relevância no cenário, como o David Archuleta, Jason Castro e a Moriah Peters, porque o The Voice não pode fazer o mesmo?”.

Com isso fui acompanhando a versão adulta do Dennis, o Pimentinha até o lançamento oficial do EP que ocorreu na última sexta-feira. E cá estou, quase uma semana depois, comentando sobre e adiantando que não vou destrinchar canção por canção e nem elaborar uma análise aqui. Meu Diário de Audição sobre o último disco do Colony House provou que sou uma negação total pra isso. Porém quero te instigar a escutar Wilkes.

Contendo cinco canções, 4 autorais e uma releitura que você demora a descobrir que trata-se de “Don’t Speak” do No Doubt, temos aqui um consistente trabalho que flutua entre o pop rock e o country contemporâneo. Para quem não sabe, o Wilkes já atuou como vocalista na banda de rock cristão High Flight Society e depois como baixista na Disciple, conhecida banda de hard rock. Tá querendo roubar o posto de versatilidade do Aaron Gillespie, só pode.

O projeto é sutil, a voz do Wilkes é diferenciada pelo leve drive e o EP tem letras que falam inteiramente de relacionamentos. Se você me perguntar sobre a fé do rapaz, sugiro que visite o blog pessoal e tire suas conclusões por si só. Eu já fico extremamente aliviado em encontrar trabalhos nesses últimos tempos que sejam completamente construídos em cima de elementos orgânicos. Nada de sintetizadores, sample, eletrônicos, entre outros.

Gostaria de terminar dizendo assim: “se você gosta de fulano, vai gostar do ciclano da matéria”, mas não farei isso. Depois de apresentar esse currículo multifacetado, e se tiver curiosidade, acesse o streaming abaixo do ponto final.

P.S: Quando o Pringles conseguir uma entrevista com ele, a única pergunta que terei é: ‘Cara, falando sério, qual o seu shampoo?’

Sobre o Autor

John Perkins disse certo: O amor é a luta final.

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