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Surfando pela rede mundial de computadores (isso foi tão 90′ hahaha), conheci uma dupla que cativou valendo meus ouvidos.

O disco é “Black and White” da Tal & Acacia. Sim, o nome da dupla me causou estranheza no começo, mas quando fui sacando o álbum, me esqueci por completo desse detalhe. Ainda sobre o duo, ele é composto pelas irmãs Talitha e Acacia, oriundas da terra do Tio Sam. Elas lançaram seu primeiro disco chamado “Wake Up” em 2010 pela Provident/Sony embaladas por um pop comercial que não chega a ser ruim, mas não é nada inovador.

Em 2013, elas produziram o segundo trabalho de forma independente e o resultado foi extraordinário. Nitidamente é possível perceber uma mega evolução na sonoridade e composição. Enquanto o primeiro é marcado pelo pop-fofinho-cor-de-rosa com letras clichês, o segundo é mais maduro, introspectivo com espaço para outras sonoridades.

Desde a introdução do disco, você já sente que vem coisa muito boa por aí. É uma sonoridade mais orgânica, mais autoral e menos enlatado como o pop convencional. Com uma voz “sexy sem ser vulgar”, as irmãs cantam no sussurro.

Mesmo de forma suave, a faixa “This is Love” começa o álbum te convidando para dançar e curtir a noite. Na mesma vibe vem “Once Upon a Time”, só que com um toque mais enérgico e uma melodia chiclete.

Em “Stone” rola um down massa. Com um clima boêmio (que me fez lembrar “Soon”, da Over The Rhine), as meninas cantam:

“Eu não vou dar-lhe uma pedra, 
quando você está pedindo pão.
Não, não vou deixá-lo sozinho 
quando meu filho está chorando.

“Ninety-Three” é para dormir em paz. Um lounge arretado pra esvaziar o cérebro e relaxar. Já a faixa seguinte “Shoulders” é o contrário. Te faz acordar na animação, assim como “That´s me” e seu viciante  “Ooh, la da, dee la, da”.

“Apart” é uma canção leve, daquelas que você deixa rolando como som ambiente enquanto faz algo bacana. “God Knows” é confessional, intimista, honesta e graciosa:

Deus sabe, todas as minhas dúvidas e todos os meus medos
E como eu estou caindo
Oh, Deus sabe
Quando eu estou triste e como eu estou por fora
Estou rastejando
Oh, Deus sabe
Ele não está com medo, ele está preparado com amor para me segurar
Mais uma vez, mais uma vez

A décima faixa é “All in All” é agitada, mas passa rapidinho. A penúltima é “Hands” que também segue a linha confessional abordando o sofrimento da vida e a rendição aos cuidados de Deus. Por fim, o disco termina com “If You Think”, que não é lá um grande final, mas não faz muita diferença depois de ter passado tanta música boa.

É isso, jovem. Esse álbum é indicado para quem curte Kye Kye, a nova vibe da Poema, Brooke Fraser e similares.

 

 

 

Sobre o Autor

Modernizar o passado é uma evolução musical.

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